A pandemia de Covid-19 e suas consequências provocaram um verdadeiro êxodo na maior metrópole dos Estados Unidos. Pelo menos 70 mil pessoas deixaram Nova York desde o começo da crise do novo coronavírus, apontam pesquisas - teatros fecharam, escritórios foram esvaziados e o turismo foi interrompido, destruindo negócios que empregavam um quinto da força de trabalho da cidade. E nesse contexto, muitas pessoas migraram para os subúrbios.

“A pandemia foi aquele empurrão. Por mais que eu quisesse me mudar, que eu me sentisse apertada e que eu quisesse um espaço de trabalho. Eu não tinha coragem de fazer isso, de tomar essa decisão”, explica a artista plástica Gabriela Gasparini.

“Acho que ninguém daria o primeiro passo se não fosse a pandemia”, completa.

No verão de 2020, no auge da pandemia até então, houve uma primeira onda de migração das grandes cidades para os subúrbios. Agora, o frenesi recomeçou e tornou casas tesouros disputados em leilões de compradores.

“Uma loucura. Você quer a casa, tem um preço e quando você vai ver as pessoas estão oferecendo mais do que o preço da casa para poder comprar”, explica Gabriela.

Atualmente, esta é a maior demanda por casas desde 2006, mas naquela época o mercado estava mergulhando numa bolha e, quando ela estourou, levou o país a recessão. Agora, o mercado está mais cauteloso, as exigências são maiores e os negócios sólidos, garantem os analistas.

O mesmo movimento que leva famílias para os subúrbios, abre espaço para quem sonha morar em uma das maiores metrópoles do mundo.

Em Nova York, o mercado como um todo ainda não voltou ao que era e os aluguéis continuam em baixa. Mas a vacinação avança, a cidade reabre gradualmente e as vendas de imóveis tiveram um começo de ano quente, como explica o corretor brasileiro Marcos Cohen.

“Nós tivemos o melhor janeiro e fevereiro de Real State nos últimos 5 anos em Manhattan. As cidades grandes se erguem por si só, e a gente está vendo isso”, diz o corretor.